Mai 26, 2022
Novo estudo revela quem seria a verdadeira Mona Lisa
Que o quadro da Monalisa é o mais famoso
e comentado no mundo é consenso...
Agora, quem é de fato a mulher retratada na obra e qual seria o local representado na paisagem soam ainda como um mistério. Uma das teorias vigentes aponta que a Mona Lisa poderia ser o autorretrato do próprio autor, Leonardo da Vinci. Outros estudos, mais aceitos até então, apontam que a nobre retratada era Lisa Gherardini, cuja pintura havia sido encomenda pelo patrono do artista, Francesco del Giocondo, daí o motivo pelo qual a Mona Lisa também ser conhecida como "La Gioconda".
Porém, uma nova revelação está abalando o mundo das artes.
Novos estudos acabam de divulgar evidências científicas que corroboram com a tese divulgada desde 2010 pela pesquisadora italiana Carla Glori, que aborda uma teoria diversa sobre a pintura mais famosa do mundo. As novas evidências teriam resolvido o mistério de Leonardo da Vinci e sua Mona Lisa. Enigma que prendeu os historiadores por séculos.
Segundo a pesquisa de Carla Glori, que já soma 30 anos de intensos trabalhos, a verdadeira identidade da Mona Lisa é a de Bianca Giovanna Sforza, que também foi usada como modelo para o rosto de São João, na obra a Última Ceia, de Da Vinci.
Carla Glori também aponta o local da paisagem que revela o plano de fundo da obra. Ela identificou na pintura uma ponte que lembraria a icônica ponte Gobbo, que pode ser vista do vizinho castelo Malaspina Dal Verme, na pequena cidade de Bobbio, província de Piacenza, Itália.
Paisagem de Bobbio teria sido retratada aos fundos da imagem de Mona Lisa, apontam os estudos.
Possível retrato de Bianca Giovanna Sforza também atribuído a Leonardo da Vinci.
O advento das provas científicas
Há cerca de 12 anos, Carla Glori identificou a ponte Gobbo da cidade de Bobbio por trás da Mona Lisa, uma teoria também confirmada em 2015 pelos estúdios 3D dos arquitetos Davide e Angelo Bellocchi. Além da ponte Gobbo, o rio Trebbia e sua grande curva coincidem com o riacho representado à direita da Mona Lisa. O mesmo vale para as montanhas ao fundo.
Carla também defende, como já explanado no início do texto, que a Mona Lisa é Bianca Giovanna Sforza, esposa de Galeazzo Sanseverino, patrono e amigo do próprio artista Leoardo da Vinci. Bianca era filha de Ludovico il Moro, Duque de Milão e autoridade na cidade de Bobbio.
O que se depreende que a pintura só poderia ter sido feita na paisagem da cidade de Bobbio, onde Bianca Sforza residia. Portanto, a Mona Lisa não seria Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo, como comumente acreditam os estudiosos de Leonardo, haja vista ser muito improvável sua presença em Bobbio nos idos de 1500. Lisa nasceu e morreu em Florença, cerca de 300 quilômetros longe do local.
Existem elementos confiáveis e científicos para apoiar esta tese: Em primeiro lugar, o fato de a Mona Lisa não usar anéis e estar vestida de preto: Bianca Giovanna, quando Leonardo iniciou a Mona Lisa, ainda não era casada. Mas o detalhe mais revelador, segundo os críticos italianos, seria a ponte que forma a paisagem de fundo da Mona Lisa, exatamente a paisagem de Bobbio, vista do castelo Malaspina Dal Verme.
A tese de Carla Glori ganhou notoriedade nas útimas semanas porque começaram a surgir as primeiras confirmações científias das hipóteses levantadas pela pesquisadora italiana. Algumas vêm de arquitetos que começaram a desenvolver modelos tridimensionais que levaram à identificação de dez pontos de referência da paisagem, incluindo os mais importantes: os relevos montanhosos e o curso de água apresentados na pintura de Da Vinci. Chegou-se a conclusão de que não poderiam ser de outra região a não ser da cidade de Bobbio.
Detalhe da ponte Gobbo, à dir, seria prova de que a obra teria sido pintada na cidade de Bobbio, onde Bianca era condessa.
A ponte Gobbo existe até hoje e, segundo os estudos, está representada na obra Mona Lisa, de Leonardo da Vinci.
A Universidade de Gênova e o Museu de História Natural de Piacenza também entraram no estudo e trouxeram à tona as evidências contundentes que apoiam a teoria de Carla Glori. Foram realizados estudos sobre os iconofósseis (os vestígios fossilizados de pegadas de seres vivos antigos) e conclui-se que as formas rochosas abordadas e estudadas por Leonardo da Vinci em sua obra Leicester Codex são encontradas na cidade de Pierfrancesco di Gropparello, bem próxima à cidade de Bobbio. Essa nova hipótese foi publicada na revista especializada em paleontologia RIPS e é a própria Carla Glori quem declara mundialmente que não estamos mais diante de uma teoria, mas com uma certeza muito próxima do valor científico absoluto.
Carla Glori declarou ao jornal Corriere di Bologna: "Os iconofósseis estudados por Da Vinci estão a oito horas a pé de Bobbio, tendo em conta que Leonardo se deslocava montado numa mula, o tempo era ainda mais curto, o que denota ainda mais que a presença dele naquele território é generalizada. Obviamente, se ele tivesse divulgado e contado seus movimentos em documentos tudo teria se tornado mais simples, mas na verdade ele era uma figura indescritível. Acho que ele se comportou assim porque viveu em tempos e lugares com tantas intrigas e conflitos, por isso também usou códigos de escrita particulares para ser decifrado".
Mona Lisa envelhecida?
Em 2010, quando Carla Glori apresentou pela primeira vez a sua teoria, alguns investigadores expressaram dúvidas quanto à identificação da mulher retratada por Da Vinci como Bianca Giovanna Sforza. Afinal, Bianca morreu com 14 anos e a figura feminina retratada pelo artista teria ou tem, de fato, um semblante adulto.
“Em 2014, o estudioso internacional Pascal Cotte conseguiu realizar exames na Mona Lisa com novas ferramentas de análise, usando os feixes de luz, revelando camadas de pintura. Ele descobriu algo que eu já havia hipotetizado: sob a figura feminina havia outra, mais jovem. O que sempre pensei é que o que vemos não é o rosto real de Bianca Giovanna Sforza, mas sim um rosto modificado, envelhecido”, declarou Carla Glori ao jornal Corriere di Bologna.
À esquerda, retrato de uma Mona Lisa mais jovem que estaria em camadas ocultas da obra, segundo estudo do francês Pascal Cotte.
A verdade pura e soberana, entrentano, é conhecida apenas por Leonardo da Vinci. O que podemos ter certeza é que a Mona Lisa é uma obra mista de encanto e mistério, talvez tendo sido este o desejo de seu autor, com toda a sua genialidade. As evidências científicas convergem para o local e para a figura de Bianca Giovanna Sforza, porém a resposta absoluta está na própria frase do gênio Leonardo da Vinci - "Somente a verdade foi filha do tempo".
Texto e Pesquisa: Comunicação e Marketing Ruberti Molduras
Fontes e fotos:
www.intoscana.it
https://www.rainews.it/
www.milanocittastato.it
https://history.uol.com.br/
https://www.publico.pt/
Agência ANSA|Itália
Corriere di Bologna
Wikipedia